30/10/2013

Perguntas frequentes em relação a amamentação: leite fraco, bastante leite, alimentação, quem procurar,...




Olá leitores e leitoras do blog enfermãe!!!

Desculpem a demora em postar novamente, mas tenho trabalho em novos projetos na minha vida e precisei me ausentar um pouquinho. Confesso que estava agoniada pra escrever, pois tenho conversado com várias mamães e as ideias estão fluindo...

Bom, hoje trouxe perguntas e respostas àquelas dúvidas que são muito frequentes quando as mamães começam a amamentar...


1. EXISTE LEITE FRACO?

NÃO. O leite nunca é fraco, sua aparência muda com o tempo. Nos primeiros dias se chama colostro (leite nutritivo e rico em anticorpos) e vem em pequena quantidade. Depois o leite desce em maior quantidade, adequado à necessidade do bebê, nem para mais e nem para menos, no início é mais aguado e no final da mamada mais gorduroso. Quanto mais o bebê mama, mais leite é produzido.


2. COMO AUMENTAR A PRODUÇÃO DE LEITE?


As mamães geralmente querem ter BASTANTE LEITE. Mas o que precisam entender é que a mãe produz a quantidade necessária para seu bebê. A produção do leite se dá quando o bebê suga a mama, então a quantidade que ele sugar vai ser a quantidade que será produzida. 

Mas caso você sinta que está produzindo menos do que o necessário para seu bebê analise 2 coisas: organize seu tempo para DESCANSAR MAIS (bebê dormiu, durma também) e verificar se você está tomando no mínimo 2 LITROS DE ÁGUA POR DIA (pois além do que o seu corpo necessita, você está fornecendo água no leite para seu bebê através da amamentação). 

No caso de sobrar leite a mamãe pode doar para um banco de leite humano (BLH) mais próximo, seguindo as orientações corretas no post sobre doação de leite já publicado aqui no blog.



3. ALIMENTAÇÃO DA MAMÃE PODE PREJUDICAR A AMAMENTAÇÃO?


SIM. A maioria dos alimentos não afeta a amamentação, comer mais que habitual é necessário pois o corpo está produzindo leite. Alguns alimentos podem provocar cólicas no bebê: derivados do leite (queijos, iogurtes, manteiga, requeijão,...), refrigerantes, café, chá preto. Bebidas alcoólicas e fumo podem afetar a saúde do bebê.



4. PODE TOMAR MEDICAMENTOS DURANTE A AMAMENTAÇÃO?


SOMENTE os receitados pelo seu médico ou outro profissional habilitado. A maioria dos medicamentos são compatíveis, mas existem alguns que deve-se tomar muito cuidado.



5. MAMÃE QUE TEM ANEMIA PODE AMAMENTAR?


SIM. Mas deve procurar orientação médica para medicação e alimentação adequada.



6. MAMÃE QUE ENGRAVIDOU LOGO DEPOIS DO PARTO PODE AMAMENTAR?


SIM. Uma nova gestação não prejudica o leite, somente altera o gosto. A mãe deve procurar um obstetra o mais rápido possível para iniciar seu pré-natal e avisar o médico quanto a amamentação.


7. EXISTEM LEIS QUE PROTEGEM A AMAMENTAÇÃO?

SIM. Existem leis sobre a licença maternidade, licença paternidade, sobre os locais e horários para amamentar durante o horário de trabalho, quanto a adoção ou guarda judicial de crianças, dentre outros. Já postamos sobre os direitos da gestante aqui no blog onde vocês podem conferir a matéria completa.
A mamãe pode sim voltar a trabalhar e continuar amamentando!!! Pode amamentar durante o trabalho em horários específicos ou estocar leite em casa. Para estocar leite em casa leiam o post sobre doação de leite que explica direitinho como deve ser o armazenamento do leite em casa.


8. QUANDO O BEBÊ PODE COMEÇAR A INGERIR ALIMENTOS ALÉM DO LEITE?

A partir dos 6 meses de idade. De forma gradual. Prometo ainda escrever um post aqui no blog sobre como começar a inserção de alimentos e como é a forma gradual.


9. ATÉ QUANDO QUE O BEBÊ TEM QUE MAMAR?

Até os 6 meses de idade é somente leite materno. Após os 6 meses até 2 anos ou mais complementar com outros alimentos de forma gradual.


10. QUEM PROCURAR EM CASO DE DÚVIDAS?

- Banco de Leite Humano;
- Hospitais Amigo da Criança;
- Unidade de Saúde ;
- Grupos de Apoio à Amamentação;
- Médicos, Enfermeiros, Nutricionistas, dentre outros profissionais de saúde.

E é claro, o blog Enfermãe!!!

Beijinhos e até a próxima pessoal!!!


A esperança dos justos é alegria, mas a expectação dos perversos perecerá. Provérbios 10:28

21/10/2013

Cólicas: como os bebês sofrem... O que fazer???



Olá leitores do blog enfermãe!!!

Hoje vim falar um pouquinho sobre as benditas cólicas dos bebês...

Essa semana duas mamães me procuraram pra perguntar sobre isso, então não pude deixar de escrever...

E quem não fica nervoso vendo o bebê gritar de dor não é?!!!

Bom, todo mundo tem um "jeitinho" pra fazer passar as cólicas dos bebês né?!

Minha filha começou a ter cólicas somente com 3 meses de idade... Quando fui à pediatra dela perguntei o que eu poderia fazer. Então ela me disse que eu deveria evitar os DERIVADOS DO LEITE  e me passou TYLENOL para dar para a bebezinha quando ela estivesse com dor.

Amamentar o bebê dá menos cólica do que dar fórmulas de leite!!! Então, essa é garantida!!!

Tentei fazer a dieta, tentei porque as coisas que eu mais comia e mais gosto são os derivados do leite, sofri bastante por isso... Observamos que deu uma melhorada, mas não cessou totalmente. Mesmo sendo uma melhorada, já foi alguma coisa, então o que eu mais indico é esta restrição alimentar, pois vale a pena.

Já o tylenol baby não fez nem cosquinhas. Tentei também LUFTAL baby, outra medicação que também não vi nenhuma melhora.

Outra tentativa foi a famosa FUNCHICÓRIA,  que é um pozinho bem famoso de antigamente. Por um tempo foi proibida a sua venda, mas agora voltou para algumas farmácias. Nós não havíamos encontrado, mas um amigo encontrou e nos presenteou... Mas foi uma pena, pois também não senti nenhuma melhora na bebê, talvez porque eu tenha dado pouco...

Nas crises sempre colocamos ela de BARRIGUINHA PARA BAIXO, esquentando a barriga dela com a nossa própria mão e balançamos pra lá e pra cá.


Às vezes fazemos MASSAGEM na barriguinha dela, movimentos circulares, no sentido horário.

Aplicar calor na barriguinha também pode ser bom. Alguns pediatras não indicam bolsas de água quente, devido queimaduras. Eu adquiri uma bolsa de água quente que vem envolta em um bonequinho de pelúcia, coloquei o bichinho algumas vezes na barriga da minha filha, acho que ajudou um pouco. Algumas pessoas esquentam fraldinhas de pano e colocam na barriguinha, faz o mesmo efeito. Fiz um post só sobre isso já, dêem uma olhadinha quem tiver interesse.


Ou FLEXÃO E EXTENSÃO DAS PERNAS para ajudar a sair os "punzinhos".


Resumindo: aconselho a amamentar, a restrição de derivados do leite para as mamães que amamentam, barriguinha para baixo com uma das mãos na barriga do bebê, aplicar calor, massagem na barriguinha e flexão e extensão das pernas.

Boa sorte mamães... Beijinhos e até a próxima!!!!



E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui. Lucas 12:15


13/10/2013

O CHORO DE BEBÊ: algo muito bom.


Olá leitores e leitores do blog enfermãe!!!

Vocês agora devem estar se perguntando: que loucura é essa de choro ser bom??? Ou melhor, muito bom???

Bom, podem me chamar de louca, mas eu realmente considero algo bom, sabem porque??? Calma gente, já vou explicar...

O choro definitivamente é a forma mais simples de o bebê se comunicar. Já que ele não fala e precisa manisfestar suas vontades e necessidades, o bebê precisa chorar.

O erro de muitos adultos é querer fazer o bebê para de chorar imediatamente, de qualquer forma, sem ao menos prestar atenção no que ele está querendo dizer.


Com o tempo as mamães e papais acabam se acostumando com os tipos de choro. Sim porque o choro tem vários tipos. Não é fácil explicar escrevendo, mas imaginem as diferenças de um choro de fome, de manha, de dor, de sono, dentre outros...

A verdade é que se o bebê não chorasse acho que nos distrairíamos com mais facilidade. Deixaríamos mais o bebê sentado ou deitadinho. Ou talvez não atenderíamos de imediato caso não entendêssemos a urgência de certas situações, principalmente se tratando de dor ou febre.

Às vezes eu até falo brincando pra minha filha: "Ai filha, porque você não chorou???" Quando por exemplo, uma vez que caiu o chapeuzinho dele em cima do olho, nós estávamos dentro do carro, eu do lado dela, mas olhando pra frente conversando com meu marido, quando resolvo olhar para o lado depois de um tempão e vejo ela quietinha... Ai que dor no coração que me deu. Ela sem enxergar nada e nem pra reclamar pra mamãe... Teve um dia também que ela cobriu a cabeça toda com o cobertor, não tinha nem 6 meses, ficou quietinha, quando vi me apavorei (escândalos básicos de mãe) e disse pra ela de novo: "Porque não chorasse filha???"

Agora vem a dica: seu bebê chorou, você não conseguiu entender o que ele queria e ele não parou?
Então, em primeiro lugar, fique calmo, vá para um lugar tranquilo, se afaste momentaneamente das pessoas que estão em volta querendo "acertar" o motivo do choro (pois deixa qualquer um mais nervoso ainda). Tente em primeiro lugar sempre ver se é fome, depois: se é fralda suja, frio, calor, sono, dor, medo,... Às vezes o bebê só quer que você pare de fazer outras coisas e dê um colinho, ou brinque um pouquinho, simplesmente uma atenção.

É muito importante que a criança chore... Não aquele choro que você não consegue descobrir o que é , é claro, esse também não aprecio.

Mas mais importante ainda, é você entender que seu filho está querendo passar uma mensagem e jamais ele vai querer atormentar você!!!! Não é de propósito, nem por maldade... Por mais que às vezes o choro entre na cabeça como um zunido quando estamos muito cansados... Não é fácil, eu sei bem disso, mas pensem que se descontarmos no bebê o nosso estresse será muito pior. Respire fundo que tudo dará certo!!!

Beijinhos e até a próxima!!!




O santo soninho: saiba a quantidade de horas que seu filho deve dormir (de 0 a 10 anos de idade).


Olá leitores e leitoras do blog enfermãe!!!!

Como anda o soninho dos seus filhotes???

Bom, o sono da minha filha é algo um tanto peculiar... Do tipo enlouquecedor de vez em quando!!!
Quando ela nasceu, no primeiro dia dormiu mais de 12 horas direto, eu queria de todo jeito que ela acordasse pra eu poder curtir e dar de mama. Depois que ela acordou foi um Deus nos acuda até hoje...
Ela é extremamente saudável, linda, queridinha, mas até então eu acreditava que ela não fosse um bebê normal (em se tratando de soninhos de bebês)...

Quando eu ouvia minhas amigas que tem bebezinho pequeno dizendo que era super tranquilo, que elas conseguiam descansar e fazer várias coisas, sinceramente não entendia... A única diferença que eu via entre o que eu fazia e o que elas faziam era a alimentação, eu estava dando somente leite materno, e elas, suplementando com leite artificial. É claro que isso faz sentido, pois os bebês se sentem mais pesados e saciados. Mas a substituição do leite não pode ser feita por simplesmente a mãe querer dormir mais, pois os prejuízos que causa à criança não são comparáveis a algumas horinhas de sono a mais...

Eu e meu marido começamos a pesquisar as horas que uma criança deve dormir, o que fazer pra melhorar,...

Só que com o tempo ela começou a ter uma certa rotina. Acordava e dormia um soninho rápido pela manhã. Chamamos soninho de pulga porque é mais ou menos uns 10 minutos. Depois do almoço dormia outro soninho de pulga. Depois só dormia a noite. Mas já foi muito mais do que tínhamos antes... Antes ela passava o dia todinho sem dormir e tinha dia que tinha muita dificuldade de dormir, além de acordar várias vezes a noite...

Vocês imaginam que bagaço nós já nos encontrávamos né?!!!

Percebemos, depois de ler muitas coisas, que estávamos fazendo várias coisinhas erradas... Em breve até escreverei para vocês sobre os métodos para fazer dormir... Não que eu já tenha consigo, mas nós estamos tentando... Porque chega uma hora que temos que dar um basta na falta de rotina, pois um bebê necessita de rotina, não tem jeito...

A tabela das horas de sono abaixo foi recomendada no site do famoso Dr Richard Ferber e pode ser visualizada no site do Hospital Das Crianças de Boston.

Idade
Total de Horas de sono
Total Noite
Total Tarde
recém-nascido
16h
varia
varia
3 meses
13h
8,5h
4,5h
6 meses
12,5h
9,25h
3,25h
1 ano
11,75h
9,75h
1,5h
2 anos
11,25h
9,75h
1.5h
3 anos
11,25h
10,25h
1h
6 anos
10,5h
10,5h
-
10 anos
10h
10h
-

Claro que essa tabela foi feita através de pesquisas e tal. Mas na minha opinião cada criança é um caso particular. Não deve sair muito dessa média, mas se sair um pouco, os pais não devem ficar tão preocupados se seus filhos estão saudáveis.

Até hoje nós não colocamos nosso sono em dia, e olha que a bebê já vai fazer 7 meses. Mas não me arrependo nem um pouco de estar amamentando ainda bastante, apesar de já estar inserindo os alimentos, pois por inúmeros motivos, tenho convicção de que ela é do jeito que é porque demos o nosso melhor... 

Eu e meu marido chegamos a conclusão que nossa filha dorme menos a noite ou tem bastante dificuldade para dormir, em duas situações: quando não dá seus soninhos durante o dia e quando saimos da rotina (Ex: sair a noite de casa).

Caso você veja que seu filho está muito fora do padrão acima e está tendo algum problema procure logo um pediatra para ver o que está acontecendo... Caso contrário, relaxe!!!!

Beijinhos e até a próxima!!!


Quem tem o Filho tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida. 1 João 5:12

07/10/2013

Outubro rosa: vamos apoiar essa ideia...


Olá leitores e leitoras do blog enfermãe!!!

Como o nosso foco principal são as mulheres, nada mais evidente que apoiemos a luta contra o câncer de mama, que mata tantas mulheres ainda hoje em dia...

Uma das campanhas mais lindas que já vi é o outubro rosa, as cidades se vestem de rosa, é muito lindo!!!!

O outubro rosa é uma campanha de conscientização realizada por diversos entes no mês de outubro dirigida a sociedade e as mulheres sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama.

O movimento começou a surgir em 1990 na primeira Corrida pela Cura, realizada em Nova York, e desde então, promovida anualmente na cidade. Entretanto, somente em 1997 é que entidades das cidades de Yuba e Lodi, também nos Estados Unidos, começaram a promover atividades voltadas ao diagnóstico e prevenção da doença, escolhendo o mês de outubro como epicentro das ações. Hoje o Outubro rosa é realizado em vários lugares.

auto exame das mamas
Toda mulher deve fazer o auto-exame das mamas mensalmente, longe do período menstrual.

Toda mulher a partir dos 40 anos deve realizar mamografia anualmente.

O câncer de mama tem cura quando detectado precocemente!!!

E não esqueçam que amamentar ajuda a prevenir o câncer de mama!!!!

Gestantes e Mamães que estejam amamentando não conseguirão fazer um bom auto-exame, pois as glândulas mamárias estarão aumentadas devido a ação dos hormônios, mas não se preocupem, depois da amamentação vocês voltam a fazê-lo!!!

Beijinhos e até a próxima...



E diziam à mulher: Já não é pelo teu dito que nós cremos; porque nós mesmos o temos ouvido, e sabemos que este é verdadeiramente o Cristo, o Salvador do mundo. João 4:42

04/10/2013

Depressão pós-parto: quando aparentemente se tem tudo na vida, ainda é possível acontecer???

Olá leitores e leitoras do blog enfermãe!!!


Mais uma vez nossa diva, a duquesa de Cambridge Kate Middleton, é foco do nosso blog...
De acordo com o Jornal Globe, a duquesa vem se esforçando para cumprir compromissos oficiais. Apesar de parecer sorridente e bem disposta, fontes do jornal afirmam que ela estaria sofrendo de depressão pós-parto... Apesar disso, a família e seus amigos estão dando muito apoio.

Mas como alguém que aparentemente tem tudo: família, amigos, dinheiro e um bebê lindo e saudável, pode sofrer de depressão pós-parto???

É grande o número de mulheres que se queixa de certa tristeza e irritabilidade depois que dão à luz. A criança nasceu perfeita, com boa saúde, o pai está feliz, os avós também. Nada aconteceu de errado, elas voltam com o bebezinho para casa, onde tudo foi preparado para recebê-lo, mas são invadidas por uma espécie de melancolia que não sabem explicar. Se esse sentimento for passageiro e desaparecer em alguns dias, não há motivo para preocupação. Seu organismo passou por verdadeiras revoluções hormonais nos últimos tempos que podem ter mexido com o sistema nervoso central.

Há mulheres, porém, em que a tristeza aparece algumas semanas depois do parto, vai ficando cada vez mais intensa a ponto de torná-las incapazes de exercer as mais simples tarefas do dia a dia, e elas passam a demonstrar apatia e desinteresse por tudo que as cerca.
Num passado não muito distante, esses sintomas não eram valorizados; ninguém falava em depressão pós-parto. Os transtornos de humor eram considerados traços da personalidade feminina. Sem diagnóstico nem tratamento adequado, ou a doença se resolvia espontaneamente ou tornava-se crônica.
50% a 80% das mulheres apresentam certa tristeza, certa disforia e irritabilidade que têm início em geral no terceiro dia depois do parto,  dura uma semana, dez, quinze dias no máximo, e desaparece espontaneamente. Já a depressão pós-parto começa algumas semanas depois do nascimento da criança e deixa a mulher incapacitada, com dificuldade de realizar as tarefas do dia a dia.

O pós-parto é um período de deficiência hormonal. Durante a gestação, o organismo da mulher esteve submetido a altas doses de hormônios e tanto o estrógeno quanto a progesterona agem no sistema nervoso central, mexendo com os neurotransmissores que estabelecem a ligação entre os neurônios. De repente, em algumas horas depois do parto, o nível desses hormônios cai vertiginosamente, o que pode ser um fator importante no desencadeamento dos transtornos pós-parto. Mas esse não é o único fator. Todos os sintomas associados ao humor e às emoções são multideterminados, ou seja, não têm uma causa única. Portanto, não é só a deficiência hormonal que está envolvida tanto na tristeza pós-parto, quanto no quadro mais grave que é a depressão pós-parto.

A tristeza pós-parto surge dois ou três dias depois de a mulher dar à luz, em cinco dias atinge o máximo e some em dez dias. A depressão instala-se lentamente; só de quatro a seis semanas depois do parto o quadro depressivo torna-se intenso. É uma doença que exige tratamento mais agressivo com medicamentos.

O risco de depressão pós-parto é maior se a mulher desenvolveu um episódio depressivo anteriormente, mesmo que tenha sido tratada, ou se teve depressão durante a gravidez. Anos atrás, considerava-se que as doses elevadas de hormônios presentes durante a gestação protegiam a mulher. Hoje se sabe que não é bem assim. Mulher grávida também está sujeita a ter depressão. Como, muitas vezes, ela interrompe o tratamento temendo que a medicação possa prejudicar a criança, o risco de a doença agravar-se depois do parto aumenta muito.


O ato de amamentar é importante para a mãe e para a criança não só no sentido nutricional ou de transmitir anticorpos, mas também para fortalecer a ligação mãe-filho. O aleitamento materno deve ser estimulado, porque é bom para a mulher e para a criança e, eu diria, porque também é um fator de proteção social.

Felizmente, os casos de agressão intencional ao filho são bem pouco frequentes. O crime de infanticídio, previsto no Código Penal, ocorre em 4% das psicoses puerperais. A ligação mãe-filho é tão intensa que mesmo a mulher psicótica, sem contato com a realidade, em raríssimos casos mata a criança intencionalmente.
Isso não significa que a depressão materna não possa prejudicar a criança. Mulher deprimida cuida menos de si própria e, por tabela, cuida menos do bebê, estimula-o emocionalmente menos e tem menos interesse em amamentá-lo ou em brincar com ele.
Por isso, essas crianças acabam tendo um desenvolvimento neuropsicomotor mais lento, começam a falar e a andar mais tarde, o que não quer dizer que esse retardo no crescimento não possa ser compensado depois.

Às vezes, o desinteresse por tudo que a cerca chega a tal ponto, que ela deixa de dar as vacinas, mas a agressão ativa ocorre mais raramente, mesmo nos casos de psicose puerperal.

Então mamães, gestantes ou puérperas (mulheres que acabaram de ter filho), não sintam vergonha ou não hesitem em pedir ajuda, quanto mais cedo melhor, há tratamento inclusive na fase gestacional...


Beijinhos e até a próxima!!!

fonte:
Dr. Frederico Navas Demétrio é médico psiquiatra, supervisor do Ambulatório de Doenças Afetivas do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo e autor do livro “Entendendo a Síndrome do Pânico” (Ediouro).


01/10/2013

Icterícia ou "Amarelão" no recém-nascido. Com o relato da mamãe e leitora do blog: Schirlei Soares Bittencourt

Olá leitores e leitoras do blog enfermãe!!!

Hoje vamos falar de um dos problemas mais frequentes no período neonatal, que assusta muitos papais e mamães: a icterícia. Fisiológica (normal) ou patológica (doença), assusta do mesmo jeito. Só que além da explicação teremos o relato de uma mamãe, que é leitora do blog, que passou por este problema, para enriquecer mais ainda o post de hoje...

Foto da Clara na fototerapia, filhinha da Schirlei.

Pra começar vamos ler um pouquinho do relato da experiência da mamãe Schirlei Soares Bittencourt, de como ela se sentiu e versão dela da situação que passou com a sua filhinha que teve icterícia:

"Quando o pediatra me  mostrou  meu  bebê, percebi que era muito  (vermelhinha), mas tudo bem, horas  depois quando já estava recuperada da anestesia  o  médico  foi  conversar  comigo e  com meu esposo, perguntou  nosso  tipo  de sangue e nos  falou que  o  bebê precisava  urgente  ir pra incubadora fazer fototerapia, na hora não aceitei porque incubadora pra mim era coisa  pra bebês  doentes e  prematuros.  Foi  então  que o  médico nos disse que precisava  correr contra o tempo, pois nosso bebê tinha nascido  com  Bilirrubina precoce  e avançada por  incompatibilidade sanguínea ( se  não começar o  tratamento  agora este bebê  amanhã  vai precisar fazer  transfusão  de  sangue e no  futuro pode viver  em  uma  cadeira de  rodas porque  se  aumentar se  chegar ao  nível  20 pode  dar  paralisia  cerebral, seu  bebê  nasceu  com nível 9.2  já está  em 12, disse o pediatra). Meu  desespero aumentou, na hora  só pedia forças  a  Deus, então trouxeram  a incubadora, vedaram os  olhinhos do meu  bebê e   colocaram ela dentro, com  a  luz  azul em  cima  do fígado, eu não  podia  ver aquela  cena, tudo o que  eu  queria  era  ir  pra  casa com minha  filhinha. Mas  ali sentada  na frente da  incubadora eu fiquei 5 dias e  5 noites, tinha feito cesariana estava com  muita  dor, minhas  pernas  inchadas, mas  a  vontade de  ver meu bebê curada era maior  que tudo. Ela  ficava  fazendo  fototerapia  24  horas por dia, tirava ela da  incubadora só   pra  mamar e trocar  fraldas. 48  horas  depois o nível  tinha  baixado pra 9.0  e  72  horas  depois baixou  para  5.3.  5  dias  depois o médico chegou  satisfeito  com a  recuperação  dela e nos  liberou, foi  uma felicidade só poder  pegar  no  colo olhar  bem  nos olhinhos sem estar  vendados chegar em casa. Hoje  está  com  22 dias  está bem branquinha curada ainda toma  banho de  sol todas as manhãs e faz  os exames  de   sangue  pois segundo o pediatra alguns casos dá anemia." 
(Relato de Schirlei em 04/09/13)

foto da Clara

foto da Clara

A icterícia não é uma doença tão fácil de ser explicada e compreendida pelas pessoas que não tem formação em saúde, mas vou tentar fazer uma explicação breve e simples, sem perder o perfil científico para vocês.

A icterícia corresponde à expressão clínica da hiperbilirrubinemia. Hiperbilirrubinemia é definida como a concentração sérica de bilirrubina indireta (BI) maior que 1,5mg/dL ou de bilirrubina direta (BD) maior que 1,5mg/dL, desde que esta represente mais que 10% do valor de bilirrubina total (BT). Ou seja, é uma alteração do metabolismo da bilirrubina, quando a bilirrubina está em maior quantidade no organismo do recém-nascido (RN), deixando a pele e mucosas do bebê mais amareladas.

Na prática, 98% dos RN apresentam níveis séricos de BI acima de 1mg/dL durante a primeira semana de vida, o que, na maioria das vezes, reflete a adaptação neonatal ao metabolismo da bilirrubina. É a chamada hiperbilirrubinemia fisiológica (que é muito natural). 

Por vezes, a hiperbilirrubinemia indireta decorre de um processo patológico (doença), podendo-se alcançar concentrações elevadas de bilirrubinas lesivas ao cérebro, instalando-se o quadro de encefalopatia bilirrubínica. O termo kernicterus é reservado à forma crônica da doença, com sequelas clínicas permanentes resultantes da toxicidade da bilirrubina.

As formas de terapia mais utilizadas no tratamento da hiperbilirrubinemia indireta compreendem a fototerapia e a exosanguineotransfusão.


Cuidados que a mamãe tem que tomar:

  • Manter-se calma;
  • Tirar todas as dúvidas com a equipe de saúde que está assistindo a mamãe e o bebê;
  • Aceitar apoio da família;
  • Começar a amamentar o mais cedo possível;
  • Verificar se a distância do bebê e da lâmpada são de no mínimo 30 cm;
  • Verificar de o olhinho está sempre tapado enquanto está com a lâmpada ligada;
  • A troca do protetor ocular deve ser diária;
  • Fixar  protetor de olhos com elástico ou outro material que não seja fita colante, para não machucar a pele do bebê;
  • Deixar o bebê só de fraldinha;
  • Lavar sempre as mãos antes de pegar o bebê;
  • Verificar sempre a temperatura do bebê, não pode estar frio e nem quente demais;
  • Mudar a posição do bebê a cada 3 horas, para que a luz pegue em todo corpinho;
  • A cor da urina pode estar mais escura devido efeito da fototerpia, não tem com que se preocupar;
  • Não tem problema nenhum de tirar o bebê para amamentar, tomar banho e trocar as fraldas;
  • Se seu bebê tiver diarréia, sinais de desidratação, a pele começar a ficar bronzeada ou vermelha demais, ou aparecer lesões, avise imediatamente a equipe de saúde e converse com o médico responsável.

E fiquem tranquilas mamães!!! Vai dar tudo certo!!! Beijinhos e até a próxima...


"Meu muito obrigada à leitora Schirlei Soares Bittencourt que colaborou com nosso post escrevendo sua história para nós... Beijos Schirlei e Clarinha!!!! "


"Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece." João 3:36