30/07/2013

A retomada da vida sexual pós-parto: PARTE 2.

                                               


     A liberação para atividade sexual após o parto

     Cientistas britânicos publicaram um artigo na respeitada revista Post-gratuate Medical Journal afirmando que a pratica do sexo nas primeiras seis semanas após o parto pode por em risco a vida da mulher.Segundo o artigo, nesta fase o útero – local de fixação da placenta – ainda não cicatrizou, apresentando vasos sanguíneos abertos e sem proteção. Durante o ato sexual é comum que o ar seja forçado para o interior do útero, aumentando assim a pressão dentro do órgão, o que possibilita a passagem de pequenos volumes de ar para dentro dos vasos, produzindo bolhas. Na presença de gases, o sangue coagula e pode ocasionar embolia ou obstrução total do vaso, o que é fatal. O estudo é baseado em casos e cita duas jovens – 22 e 20 anos – que morreram durante a relação sexual num período de cinco a oito dias após o parto. Segundo os especialistas, como poucos casais praticam sexo nas primeiras semanas após o parto, o risco de vários casos torna-se pequeno. Ainda assim, os especialistas alertam para o perigo, principalmente em algumas posições. De acordo com o médico Philip Batman, coordenador da pesquisa, o risco é maior quando o útero fica mais elevado do que o coração. Após seis semanas do parto, o sexo passa a ser totalmente seguro porque o útero já está totalmente cicatrizado

     Retome a sua vida sexual sem restrições depois da consulta de revisão do parto. As mulheres, que quiserem ter relações sexuais antes da consulta de puerpério devem fazê-lo com preservativo, para diminuir o risco de possíveis infecções.

     Não há fórmula nem receita para o regresso à vida sexual; cada casal tem o seu ritmo e o seu tempo, embora geralmente as relações coitais possam ser retomadas 45 dias depois do parto, uma vez que desaparecem os lóquios (perdas de sangue). De todas as maneiras, dependerá de como foi o parto, se foi realizada uma episiotomia, se houve uma boa cicatrização dos pontos, ou se foi uma cesariana. Neste último caso, terá de esperar a alta médica para o retorno a atividade sexual.

                    

     Não poderia terminar este artigo sem uma importante informação: ATIVIDADE SEXUAL NÃO É SINÔNIMO DE PENETRAÇÃO VAGINAL!!

     A atividade sexual não se resume à penetração vaginal e sim é toda forma de dar e receber prazer, sendo assim pode ser exercida durante o pós-parto no momento em que o casal sentir-se apto para tanto.

     Existem manifestações da sexualidade alternativas ao coito e, portanto, opções não coitais para satisfação do desejo sexual, para expressão da intimidade, do prazer e afeto mútuo. Todas as práticas sexuais são possíveis (excluindo-se a penetração vaginal nos primeiros 45 dias de pós-parto). Tal fato pode inclusive enriquecer a experiência sexual do casal através do uso da criatividade para práticas alternativas do exercício da sexualidade. . Neste sentido devem ser discutidas outras opções de práticas sexuais, tais como sexo oral ou a masturbação mútua, enquanto métodos de expressão de afeto íntimo enquanto o intercurso pênis-vagina estiver contra-indicado. Os beijos, as carícias e as expressões verbais e corporais afetuosas fazem o bem-estar quotidiano e ajudam na boa comunicação, dado que se tratam de manifestações saudáveis e muito necessárias para este momento tão complexo da relação.

     A maioria dos casais tende a considerar sexo apenas a relação genital. Mas não é bem assim, principalmente em uma fase em que a mulher se recupera de um parto. Tão importante quanto a cópula em si é o enamorar-se. A dica aqui é abusar de abraços, beijos e carícias. Dar as mãos sempre que possível, não poupar afagos, trocar galanteios e provocações, enfim, manter acesa a chama que une o casal. Essa cumplicidade ajuda a preparar o terreno para a retomada do sexo.

     A ausência de outras práticas sexuais que não seja a penetrativa é um grande obstáculo, bem como a dificuldade em aceitarem a sugestão da estimulação através do toque, como a prática masturbatória ou ainda o sexo oral. Quando a vida sexual se resume à penetração, o casal corre o risco de ficar um tempo prolongado sem atividade sexual, o que pode trazer repercussões negativas para o relacionamento. Mesmo que no pós-parto a penetração esteja contra-indicada, isso não é motivo para as mulheres se afastarem dos seus companheiros, porque o sexo é um mundo vasto de experiências em que a penetração é apenas uma das formas de obtenção de prazer. É importante a dissociação de sexo com genitalidade e penetração, na medida em que permite a retomada da vida sexual a qualquer tempo, desde que a mulher/casal tenha interesse e disposição para tanto, propiciando autonomia para retomada do exercício da atividade sexual no pós-parto, além de apontar para uma possibilidade de incremento da vida sexual fora do período puerperal.

     Por último importante dizer que estudos apontam que em média um terço das mulheres tem retorno do desejo sexual após 45 dias do parto e praticamente 100% tem o retorno do desejo sexual após três meses. Após este período mulheres que continuam com desejo sexual inibido costumam ter como causa a depressão pós-parto; dispareunia ou baixo desejo sexual anterior à gravidez e, neste caso devem procurar ajuda profissional.

                      

Olga Regina Zigelli Garcia
Enfermeira.
 Profª do Dpto de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC.
Doutora em Ciências humanas com área de concentração em e estudos de gênero.


     Referências

American Psychiatric Association. Manual diagnóstico e estatístico de transtornosmentais. 4 ed. Texto revisado DSM-IV-TR. Porto Alegre: Artmed; 2002

Barrett G et al. Women´s sexual health after childbirth. British Journal of ObstetricsandGynecology 2000; 107(2): 186-95.

BERGAMIN. E. Sexualidade no período puerperal. Monografia (Especialização em enfermagem Obstétrica). Universidade do Contestado. Concórdia, 2010.

BIA, F. M. M. A outra face da maternidade. Nursing: revista de formação contínua em enfermagem. - ISSN 0871-6196. - A.22 , Nº 260 (Ag. 2010) , p. 8-18. Disponível em: http://www.forumenfermagem.org/index.php?option=com_content&view=article&id=3573:sexualidade-pos-parto-a-outra-face-da-maternidade&catid=217:setembro-a-outubro-2010. Acesso 19/07/2013

DEJUDICIBUS, M.A.; MCCABE, M.P. Psychological factors and the sexuality of pregnant and postpartum women. The Journal of Sex Research, v. 39, n. 2, p. 94-103. 2002.

GARCIA, O.R.Z.. Resposta Sexual Humana e sexualidade feminina. Da Realidade à possibilidade de assistir em enfermagem. IN: ZAMPIERE, M.F.M.; GARCIA, O. R. Z. (org). Enfermagem na atenção primária à saúde da mulher: textos fundamentais. Florianópolis: UFSC, 2007

"Olga, sei que você tem muitas atribuições na Universidade, mas mesmo assim não hesitou em escrever para nós!!! Eu amei o texto e tenho certeza que muita gente gostou também. Volte sempre ao nosso blog para contribuir com os nossos conhecimentos... Muito obrigada!!! Enfermães unidas em favor das mamães!!! hehehe... Beijinhos, Vanessa."




29/07/2013

A retomada da vida sexual pós-parto: PARTE 1. Escrito pela Enfª Profª Drª Olga Regina Zigelli Garcia.

         Tive o primeiro contato com a profª Olga, eu estava na 3ª fase da faculdade de enfermagem, em uma palestra sobre sexualidade na Universidade. Além dela ser uma pessoa muito carismática, o tema que ela ministrou me chamou muita atenção. Ela foi minha professora mais tarde na disciplina de obstetrícia, que é claro, eu amei de paixão. Acabei fazendo meus trabalhos de conclusão da graduação e especialização nesta área. Mas o interessante, é que mais ou menos uns 3 anos depois, inspirada naquela palestra, comecei também a ministrar sobre sexualidade para mulheres da minha Igreja. Foi muito legal porque logo depois meu marido se empolgou e começou a ministrar a mesma coisa para os homens, e depois, passamos a palestrar juntos para casais. Foi muito gratificante! Era lindo de ver como as pessoas estavam empenhadas em fazer seu casamento melhorar... 
         O que eu quero dizer com tudo isso? Que vale a pena ler o que ela escreveu especialmente para vocês mamães e papais... Vamos dividir o post em duas partes, pois o assunto é um pouco extenso e não vale a pena resumir, pois ficou muito bom!!!! 

                       
   
     O período do pós-parto caracteriza-se, para a mulher, por um conjunto de alterações biológicas, psicológicas e sociais intensas que podem ser fonte geradora de dúvidas com impacto substancial sobre a vivência da sexualidade, uma vez que é um momento de maior vulnerabilidade para o início ou agravamento de dificuldades sexuais emergentes ou pré-existentes.

     Vários estudos apontam que, no pós-parto, a maioria dos casais (20 a 60%) sente receio de reiniciar a atividade sexual coital. Quarenta por cento das mulheres experienciam dor durante a primeira penetração; seis meses depois, 16% das puérperas que não se encontram amamentando e 36% daquelas que se encontram em período de amamentação sofrem de dispareunia (dor à penetração). Cinquenta e sete por cento das puérperas encontram-se preocupadas com a satisfação sexual do parceiro e, a longo prazo, o relacionamento sexual de um terço dos casais piora.

     A partir do parto, a lubrificação vaginal, por efeito da prolactina (hormônio que estimula a produção de leite) torna-se escassa durante toda amamentação. Ocorre uma modificação da temperatura, lubrificação e textura vaginal, tão logo se finaliza a loqueação (nome atribuído ao fluxo sanguíneo via vaginal no puerpério).

   A atrofia vaginal (fenômeno pelo qual os tecidos da vagina ficam mais finos, secos, retraídos), frequentemente observada nesse período, pode ser a causa do desconforto e até de sangramento durante a penetração vaginal.

     Ocorrem também durante o puerpério, alterações emocionais que levam a mulher a vivenciar momentos de alegria, mas também experiências e emoções muito fortes, como enjôo, cansaço, tristeza e confusão. Neste contexto são comuns sintomas como ansiedade, tristeza, alterações do sono ou do apetite etc., que acompanham a falta de desejo no puerpério.

     Em geral, a mulher só estará disponível para uma relação sexual noventa dias depois do nascimento do bebê. Antes disso, por se sentir muito ligada ao recém-nascido e ter de se dedicar quase que exclusivamente a ele, a mãe tende a se afastar do parceiro. Isso não significa que deixou de gostar do companheiro, mas sim que vivencia um período de acomodação dos seus afetos.

    Como visto o período pós-parto, também chamado puerpério, pode se constituir em uma fase crítica para o início ou agravamento de problemas sexuais, na medida em que, desejo, interesse e atividade sexual tendem a diminuir, durante este período. Neste período a sexualidade feminina tende a sofrer impacto da transição do papel de mulher para mãe, mudanças na imagem corporal, satisfação no relacionamento, humor, fadiga e ansiedade ou apreensão em relação aos cuidados com o bebê e alterações físicas associadas ao puerpério e amamentação.

     Dentre as principais alterações que afetam a sexualidade no puerpério (período pós-parto) destacamos:


1 – Mudanças hormonais

   Após o parto algumas mulheres podem ter uma baixa na libido (desejo sexual) e o conseqüente desinteresse pelas relações sexuais, ou mesmo ter ausência de desejo ou ainda respostas sexuais diminuídas pela ação hormonal, em especial pelos altos níveis de prolactina e a consequente diminuição do estrogênio. O défict de estrogénio e progesterona e o aumento da prolactina são fatores de redução da resposta sexual na mulher no pós-parto, contribuindo para a insuficiente congestão e lubrificação vaginal, levando a chamada “secura vaginal”.

     A queda acentuada dos estrógenos no puerpério incide notavelmente na diminuição do desejo. Para além disso, os hormônios envolvidos na amamentação (prolactina) e também a progesterona diminuem o apetite sexual nos pós-parto e levam ao ressecamento vaginal e aumento da sensibilidade genital aumentando a fragilização da mucosa propiciando a dispareunia (dor à penetração vaginal).

2 - Novo contexto de vida

     O ajustamento às mudanças do papel social (papel de mãe, papel profissional) na adaptação ao papel materno, satisfação conjugal, fadiga e a amamentaçãoinfluenciam a vivência da sexualidade do casal. A dicotomia da imagem da esposa como mãe em contraste com sua imagem de objeto sexual pode reduzir o desejo sexual de ambos os parceiros.

     O nascimento de um filho e todas as mudanças decorrentes podem propiciar problemas de ordem sexual difíceis de ultrapassar. O período pós-parto, embora seja uma fase de transição, implica novos equilíbrios, adaptações e uma nova integração da sexualidade.

    No puerpério a rotina do casal muda. Atender ao choro de madrugada, amamentar, trocar fralda, ter rachaduras nas mamas, o incômodo da episiotomia (corte realizado na saída lateral da vagina em mulheres que tem parto vaginal), ou da cesárea, são fatores que interferem negativamente na retomada da vida sexual e sendo assim a libido da mãe e do parceiro pode ser alterada pela nova rotina da casa e pelas novas preocupações. Assim, a disponibilidade e a importância dada para as relações sexuais mudam e interferem na dinâmica do casal.

3 – O medo da dor durante a penetração

     É bastante significativo o impacto que a dispareunia apresenta em mulheres até seis meses após o parto, levando-as a criar expectativas negativas face à experiência de coito. O fato de mulheres experimentarem dor e desconforto durante a penetração leva a uma fraca motivação para a atividade sexual coital, diminuindo a sua frequência em ocasiões subsequentes.

     A dificuldade na lubrificação pode dificultar o sexo e às vezes causar dor e desconforto o que leva ao medo da dor na atividade sexual e quando esta ocorre pode estar relacionada à cicatrização dos pontos ou ao medo de sentir dor, devido a lembranças do parto. O medo pode criar tensão e provocar a contração da musculatura ao redor da vagina, o que, por sua vez, dificulta a penetração e causa dor. Nestes casos o uso de lubrificantes vaginais aquosos está indicado no reinício da atividade sexual coital.

                         

     No próximo post, a parte 2!!! Aguardem!!!!

Olga Regina Zigelli Garcia
Enfermeira.
 Profª do Dpto de Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC.
Doutora em Ciências humanas com área de concentração em e estudos de gênero.

25/07/2013

Barriga "REAL" pós-parto: um belo exemplo da duquesa Kate Middleton!!!

     Oi pessoal!!!!
     Essa semana nasceu o bebê da realeza da Inglaterra, o filho do príncipe Willian e da duquesa Kate Middleton. 
     Achei muito legal a atitude da duquesa de assumir diante das câmeras do mundo inteiro a sua "BARRIGUINHA REAL" de pós-parto. Colocou um vestidinho simples, confortável e que não disfarçava a sua saliente barriga, aquela que é extremamente normal pra quem acabou de ter um filho.
     O interessante é que ela poderia ter colocado uma cinta de aperto, como tantas mulheres fazem, achando que assim acelerarão o processo de retorno ao corpo desejado. Mesmo com flashes e câmeras do mundo inteiro apontados para eles, ela não se importou em mostrar uma aparência não real, assumiu que é uma mulher NORMAL! Uma mulher que engordou naturalmente durante a gravidez, que inchou dos pés à cabeça no último mês de gestação e que mesmo depois do parto continuou com a barriga como se ainda tivesse grávida.
     Tudo puramente e meramente NORMAL!!!
     Mulheres, coloquei aqui fotos da duquesa, antes, durante e depois da gravidez. Percebam que antes ela era muito magra e lindérrima. Durante a gravidez continuou linda, mas com seus quilinhos a mais, com o rosto mais cheinho e tudo mais que uma gravidez acarreta. Mas depois é meramente normal que algumas coisas levem algum tempo para voltarem para o lugar. E é isso que a duquesa deu um bonito exemplo diante do mundo: "o de se aceitar"!

ANTES DE ENGRAVIDAR:



DURANTE A GRAVIDEZ:



DEPOIS DO PARTO:


     Após o parto começa um processo de involução uterina, ou seja, do retorno do útero ao tamanho normal ou anterior à gravidez.
     Logo após a saída do bebê, há a saída da placenta, então o útero já deve se encontrar abaixo da altura da cicatriz umbilical, estando retraído e consistente.
     A involução do útero evita hemorragias. E uma das práticas que devem ser estimuladas é a colocação do recém-nascido no peito da mãe logo após o nascimento, pois além de favorecer o contato precoce, a sucção estimula a liberação de ocitocina, aumentando as contrações e consequentemente abreviando o período da involução uterina.
     Apesar de o útero voltar rapidamente ao seu tamanho normal em tão pouco tempo os inchaços ainda continuam, eles levam um certo tempo para sumirem. Mas fiquem tranquilas e não tenham tanta pressa, pois se levamos 9 meses para ter um filho, não iremos levar poucos dias para voltar ao que era antes.
     Também temos que considerar que cada mulher é única, somos todas diferentes, apesar de haver uma regra geral, ela não se aplica a todas. 
     Eu sei que é difícil olhar-se no espelho e se achar bonita... Olhar para as fotos e se achar sexy... Mas temos que ter paciência!!!
     Eu tinha planejado me cuidar bastante durante a gestação, mas muitas coisas aconteceram, acabei ficando muito ansiosa e comendo por "uns 5". Engordei 16kg, mas logo no primeiro mês já emagreci 13kg, sem restrições alimentares, muito pelo contrário, comendo bastante, e muito menos fazendo exercícios físicos (que não é recomendado no período de resguardo). 
     Mas o segredo está na amamentação. Dei leite materno sob livre demanda, minha filha mamava praticamente a cada hora e às vezes a cada meia hora, de dia e de noite. Não tem como não emagrecer assim. Ela dobrou de peso em 2 meses. A pediatra ficava impressionada a cada consulta. E eu feliz com o desenvolvimento dela e de poder caber nas minhas roupas.

     Algumas informações para aliviar a ansiedade e saber que tem jeito:
  • Luciana Gimenez engordou 27kg;
  • Beyonce engordou 25kg;
  • Giovanna Antonelli engordou 22kg;
  • Grazi Massafera engordou 18kg;
    É claro que não estou incentivando ninguém a engordar mais que o normal de uma gravidez, que é de 9 a 12kg, mas quero que saibam que é possível voltarem ao normal, para se aceitarem e não se desesperarem. E também acreditarem que uma mulher grávida é muito linda, pois ela está vivendo um momento de graça, um momento único!!!
Diquinhas básicas:
  • paciência e aceitar que é só uma fase;
  • alimentar-se bem;
  • beber muito líquido;
  • amamentar seu filho;
  • utilize calcinha alta e confortável;
  • curta esse momento que é cansativo, mas muito recompensador!!!!
     Beijinhossssss e até a próxima...



Então o rei se afeiçoará da tua formosura, pois ele é teu Senhor; adora-o. Salmos 45:11

16/07/2013

Como identificar se seu bebê está mamando direitinho!!!!


     Oi leitores do enfermãe!!!
     Há 3 maneiras de identificar se o seu bebê está mamando corretamente: quando há uma boa pega por parte do bebê, quando a posição do bebê está correta e verificando se a sucção está sendo eficaz.
     Importantíssimo saber disso, pois assim poderemos evitar problemas na amamentação, como o ingurgitamento (mamas empedradas) e os traumas (rachaduras) mamários. Além do principal, que é ter certeza que nosso bebê está se alimentando corretamente, para que ele possa crescer e se desenvolver muito bem!!!



Características de uma BOA PEGA:

  • o queixo do bebê toca a mama;
  • a boca do bebê deve estar bem aberta;
  • o lábio inferior do bebê deverá estar virado para fora;
  • as bochechas do bebê apresentam-se arredondadas (não encovadas ou achatadas);
  • a mama se mostra arredondada (não repuxada);
  • observa-se mais aréola acima da boca do bebê e não abaixo.  


 Características de uma POSIÇÃO CORRETA:

  • a cabeça e o corpo do bebê tem que estar alinhados, ou seja, cabeça e tronco deverão manter-se em linha reta;
  • a boca do bebê deve estar no mesmo plano e de frente para a aréola, para que esta possa ser abocanhada adequadamente;
  • a cabeça deve estar levemente apoiada e inclinada para trás;
  • o corpo do bebê deve estar próximo e voltado para a mãe;
  • o queixo do bebê deve estar encostado no peito da mãe;
  • se o bebê for recém-nascido, deve apoiar suas nádegas.



Sinais de que o bebê está sugando de maneira EFICAZ:
  • as sucções são lentas e profundas;
  • o bebê suga, pausa e suga novamente (sucção, deglutição e respiração);
  • é possível escutar o bebê engolindo;
  • o bebê termina a mamada, larga o peito sozinho e parece satisfeito.

     Caso ainda haja dúvidas em relação a este assunto, procure uma enfermeira em uma unidade de saúde ou em um banco de leite próximo de você para ajudá-la, ou consulte o pediatra de seu filho.
     A amamentação é um assunto bastante rico, extenso e cheio de mitos e polêmicas. 
     Trataremos algumas partes separadamente... 
     Beijinhos e até a próxima pessoal!!!!!





11/07/2013

Células Tronco: saiba mais sobre a coleta do sangue do cordão umbilical realizada no momento do parto.


     Bom dia leitoras e leitores do ENFERMÃE!!!     Bom, hoje o assunto é sobre a coleta na hora do parto das células tronco do cordão umbilical.     Não é um assunto que eu domino ou uma área que eu já tenha trabalhado, mas posso passar para vocês algumas informações, de uma maneira um tanto superficial, para entenderem um pouco mais sobre esse tema que para nós é um pouco novo, mas que já é algo pesquisado há muito tempo pela sociedade científica. 


     O que são células tronco?     São células capazes de multiplicar-se e diferenciar-se nos mais variados tecidos do corpo humano (sangue, ossos, nervos, músculos, etc).      Em uma visão mais simples, podemos descrevê-las como “coringas”: peças novas que podem substituir peças defeituosas, isso porque elas se transformam em qualquer célula do organismo ou se fundem a uma célula doente, tornando-a saudável.


     Como é formada a primeira célula?

     Porque guardar células tronco do sangue do cordão umbilical?     Por ser uma das melhores fontes de Células Tronco. Por ser uma célula que ainda não sofreu nenhuma influência de fatores externos (estresse, tempo, medicamentos, infecções, alterações de temperatura), tem demonstrado expressiva vantagem em sua eficácia terapêutica no tratamento de inúmeras doenças.
     Onde se encontram?     Em vários tecidos do organismo como: Sangue do cordão umbilical, no próprio cordão umbilical, no líquido amniótico, na medula óssea, na gordura, nos dentes, no interior de alguns órgãos, sangue periférico, etc.      É no sangue do cordão umbilical que facilmente conseguimos captar grande número de células tronco, e com o grande diferencial que são “virgens”, não causam rejeição, ou seja, sem nenhuma interferência por fatores externos.


     O que é criopreservação?É uma técnica de congelamento e armazenamento de células sob temperaturas muito baixas (-196ºC). Esse congelamento é realizado por um sistema informatizado, isto é, um congelamento programado, que permite o congelamento gradual.
     Como é feita a coleta?     É uma coleta simples e indolor tanto para mamãe quanto para o bebê e não interfere em absolutamente nada nos procedimentos rotineiros do parto.     Uma enfermeira é chamada especificamente para fazer a coleta na hora do parto, seja parto com hora marcada ou não. Você faz a ligação para um número que você recebe com o kit na hora da assinatura do contrato e o profissional da coleta vai até a maternidade em que você se encontra.
     Existe essa coleta pelo SUS?     Não, só bancos de coletas particulares. 
     A célula tronco também pode ser utilizada para fins estéticos?     Estão sendo feitas pesquisas para esse fim, mas ainda não há confirmação.
     Já existe esse procedimento no Brasil?     Sim, em todo o país.
     As células têm sido usadas em quais terapias celulares?
  • Nas estratégias de redução de tumores sólidos, o tratamento com células-tronco aumenta a sobrevida e reduz os efeitos adversos.
  • Nas doenças auto-imunes, como esclerose lateral amiotrófica, esclerose múltipla, artrite reumatóide, lúpus eritematoso sistêmico e diabetes tipo I, os transplantes já estão sendo testados.
  • Acidente vascular cerebral (AVC).
  • Doenças renais.
  • Doenças cardíacas.
  • Doença de Parkinson.
  • Alzheimer.
  • Regeneração óssea e de cartilagem.

     Pode ser usada em qual idade?
     Qualquer idade. Atualmente está sendo utilizada em adultos e crianças.

     Quais são as perspectivas futuras?
     As pesquisas recentes têm confirmado, cada vez mais, a importância do armazenamento. O uso de células autólogas para doenças degenerativas, como acontece hoje nos protocolos clínicos de cardiologia, neurologia e doenças auto-imunes, e de terapia gênica, será facilitado a pacientes que já tenham armazenado em bancos privados.
     As células tronco do sangue de cordão umbilical têm demonstrado plasticidade e ampliação do seu espectro de aplicação.

     Quando a pessoa está doente, como o banco de célula tronco procede?
     Provê suporte técnico para o tratamento, caso necessário, e gratuidade no transporte do material para qualquer lugar do mundo, por meio de empresas aéreas especializadas.

     Esse procedimento é confiável?
     São empresas devidamente legais.
     Com profissionais capacitados.
     Com materiais adequados.
     Adequado às normas da vigilância sanitária.


     Uns dias antes de ganhar a Alexia procurei me informar sobre a coleta na maternidade em que fiz o meu parto. Eles me passaram os contatos do Banco de Cordão Umbilical, que é a empresa que faz esse trabalho naquela maternidade. Então liguei e me informei em relação a basicamente de algumas destas informações passadas anteriormente e sobre os valores. Me foi passado que custava uma entrada por volta de R$3.000,00 (três mil reais) e mais parcelas anuais por volta de R$700,00 (setecentos reias). 

     Eles marcam um horário com o casal de pais para explicar sobre as células tronco e sobre o procedimento da coleta. O casal assina um contrato e recebe o material da coleta para ser levado junto na hora do parto.


     Acabei não fazendo a coleta. Primeiro pela falta de um conhecimento mais aprofundado e por não conhecer ninguém que já havia feito isso. Depois pela incerteza da eficácia destas células, caso viesse a precisar delas futuramente. Ficamos também naquela situação de fazer esperando que aconteça algo, o que pôs a minha fé também em questão. E por fim, pelo investimento, que no momento era inviável, devido a circunstância dos gastos que tivemos com o enxoval da bebê, apartamento novo, viagem, entre outros.


     Mas, se estivesse em outra situação, talvez eu faria. Porque apesar de a minha opinião a respeito deste assunto não ser totalmente positiva, pois as evidências e números não são tão claros para mim; quem sabe no futuro esta técnica esteja muito bem desenvolvida e comprove todas as promessas de milagres feitas à nós meros mortais...




     É isso aí pessoal... Espero que eu tenha conseguido me expressar de uma maneira prática para entendimento de todos.

     Beijinhosss e até a próxima!!!!

     Fonte: www.bcu.com.br




Vanessa Martinhago Borges Fernandes 
Enfermeira e Mamãe

"Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, 
à sombra do Onipotente descansará."
(Bíblia Sagrada - Sm 91:1)

10/07/2013

Bruxismo Infantil. Escrito pela Cirurgiã-dentista Anabelle De Pelegrini Thomé da Silva

     O Bruxismo é sem dúvidas o assunto que mais gera preocupações para os pacientes, e quando aparece em crianças isto se torna ainda maior. Muitas mães ficam apavoradas com a manifestação tão precoce nos filhos (existem relatos de crianças com 3, 4, 5 anos que apresentam o problema).
     De maneira geral e por vários motivos, as crianças desenvolvem hábitos bucais muito cedo, que levam ao desequilíbrio das funções e crescimento normais, e um desses hábitos é o bruxismo, que é uma atividade parafuncional ("não-natural") do sistema mastigatório.
     O bruxismo é o ato de ranger ou apertar os dentes, durante o dia ou à noite, geralmente realizado de maneira inconsciente, acarretando um contato forçado entre as faces oclusais dos dentes superiores e inferiores.


     O bruxismo tem uma etiologia complexa e efeitos variados sobre o sistema estomatognático (que compreende o campo de estudo da odontologia: dentes, articulação têmporo-mandibular, músculos mastigatórios, etc.), porque há um aumento das forças oclusais geradas. As causas podem ser de origem local (na própria oclusão incorreta, contatos prematuros, interferências oclusais, seria uma tentativa de restabelecer a oclusão), sistêmica (asma, rinite, distúrbios do Sistema Nervoso Central), psicológica (hiperatividade, ansiedade, estresse - forte associação com bruxismo), ocupacional (competição, prática de esportes), hereditária (uma média de 50%) ou ainda estar relacionada a distúrbios do sono e parassomias (fenômenos que ocorrem exclusivamente durante o sono, falar dormindo, sono agitado).


     De acordo com Pizzol et al. (2006), alguns fatores foram relatados em estudos que estavam significativamente associados à observação do bruxismo infantil, como história familiar, a presença de portas abertas no quarto, as falas e babas noturnas e as desordens psicológicas.


     Este mesmo autor cita Marks, para o qual a alergia é um fator importante para a instalação do bruxismo. "Considerando que crianças alérgicas têm menor quantidade de saliva e, portanto, menor necessidade de deglutir, consequentemente a incidência de bruxismo aumenta devido à maior pressão negativa nas tubas auditivas."
     Além da alergia podem ser considerados: deficiência nutricional, deficiência vitamínica e de cálcio, infecção intestinal parasitária, distúrbios gastrointestinais por alergia a certos alimentos, digestão não balanceada e disfunção urológica recorrente, desordens endócrinas (hipertireoidismo), úlceras e fatores relacionados à puberdade.
   Sintomas podem ir de desgastes dentais , sensibilidade e mobilidade a dores de cabeça, músculos mastigatórios e distúrbios da articulação.


     Tratamentos sugeridos incluem medicamentos, sedativos, exercícios orais, calor úmido, suplementação nutricional e placebo nos casos de fator psicológico. O desgaste dental geralmente é compensado pela erupção contínua dos dentes, mantendo-se assim a dimensão vertical do pequeno paciente estável. Nos casos onde ocorre perda da dimensão normal, entra-se com restaurações compensatórias.
     O ideal em casos de bruxismo infantil é a associação do tratamento multidisciplinar, com dentista, psicólogo e o paciente motivado. Mas para cada paciente o tratamento é diferente e relacionado com o fator etiológico identificado pelo profissional habilitado para isso, portanto, nada de "auto-medicação" e "auto-tratamento" ok?



Anabelle de Pelegrini Thomé da Silva 
Cirurgiã-dentista - CRO 9341 

Formada em odontologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Especialista em Ortodontia.

Especializanda em Saúde da Família- UFSC.
Especializanda em Gestão em Saúde Pública - UFSC.
Cirurgiã-dentista do ESF e Coordenadora de Saúde Bucal do município de Meleiro-SC.
Ortodontista no Centro Odontológico Pelegrini em Criciúma-SC.


"Eu e a Anabelle estudamos no mesmo colégio, na nossa cidade natal, depois fizemos faculdade na mesma Universidade, mas graças as redes sociais da internet não perdemos o contato. 
Além de um currículo extenso e estar trabalhando muito atualmente, 
ela aceitou prontamente o meu convite para escrever para o nosso blog.
Anabelle, querida, muito obrigada pelo seu texto, ficou bom demais!!!
Volte sempre!! Quem sabe na próxima vez como ODONTOMÃE, heim?! 
Beijinhossssss, Vanessa."

08/07/2013

Vacina contra o HPV GRATUITA a partir de 2014!!!!

     Fiquei muito feliz quando vi essa notícia na TV!!!  

     É a primeira vez que a população terá acesso gratuito a uma vacina que protege contra câncer. 

     A meta é vacinar 80% do público-alvo, que atualmente soma 3,3 milhões de pessoas. O vírus HPV é responsável por 95% dos casos de câncer de colo do útero, segundo que mais atinge mulheres, atrás apenas do mamário.

     Meninas de 10 e 11 anos serão protegidas contra quatro variáveis do vírus, que são responsáveis por 70% dos casos de câncer de colo do útero.



     Já em 2014, meninas de 10 e 11 anos receberão as três doses necessárias para a imunização, mobilizando investimentos federais de R$ 360,7 milhões na aquisição de 12 milhões de doses.
     A vacina que estará disponível na rede pública é a quadrivalente, usada na prevenção contra quatro tipos de HPV (6, 11, 16 e 18). Dois deles (16 e 18) respondem por 70% dos casos de câncer. Está prevista a possibilidade de uso da versão nonavalente, que agregará outros cinco sorotipos à vacina.


     A vacina para prevenção da doença tem eficácia comprovada para pessoas que ainda não iniciaram a vida sexual e, por isso, não tiveram nenhum contato com o vírus. 

                                   

     ESTRATÉGIA DE VACINAÇÃO - As três doses serão aplicadas, com autorização dos pais ou responsáveis, de acordo com o seguinte esquema: após a aplicação da primeira dose, a segunda deverá ocorrer em dois meses e a terceira, em seis meses.

     A imunização ocorrerá tanto nas unidades de saúde quanto nas escolas
          

     Você sabe qual a importância dessa vacina? 
     Então tome conhecimento de alguns números...

     O HPV é capaz de infectar a pele ou as mucosas e possui mais de 100 tipos
     Do total, pelo menos 13 têm potencial para causar câncer. 
     Estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que 291 milhões de mulheres no mundo são portadoras do HPV, sendo que 32% estão infectadas pelos tipos 16, 18 ou ambos. No Brasil, a cada ano, 685.400 pessoas são infectadas por algum tipo do vírus.
     Em relação ao câncer de colo do útero, a cada ano, 270 mil mulheres no mundo morrem por conta da doença. No Brasil, 5.160 mulheres morreram em 2011 em decorrência da doença. Para 2013, o Instituto Nacional do Câncer estima o surgimento de 17.540 novos casos.
     O Ministério da Saúde orienta que as mulheres dos 25 aos 64 anos façam o exame preventivo, o Papanicolau, anualmente. Em 2012, foram 11 milhões de exames no SUS, o que representou investimento de R$ 72,6 milhões. Do total, 78% foram na faixa etária prioritária.

     Em 2010 realizei meu TCC da Especialização sobre a prevenção do câncer de colo uterino, ao final fiquei com um sentimento muito ruim, preocupante, sobre a situação das mulheres. Pois, trabalhei em uma Unidade de Saúde, onde fazia um trabalho de busca às mulheres para a realização da prevenção, mas não conseguíamos alcançar nem a metade da população feminina em idade fértil, mesmo fazendo um número elevado de exames preventivos.

     Esses números apresentados acima não são absolutamente fidedignos, pois há muito mais casos que não foram computados, alguns por não serem notificados pelas instituições particulares e outros casos que nem foram descobertos pelas próprias mulheres que não cuidam da sua saúde. Ou seja, os números ainda são mais alarmantes do que imaginamos!!!

     Portanto pessoal, essa é mais uma conquista muito importante do nosso governo, do nosso SUS, então valorizem e façam bom proveito!!! 
     O que antes teríamos que pagar em torno de R$1.000,00 (mil reais) para vacinar contra o HPV em uma clínica particular, agora nossas filhas poderão ficar imunizadas gratuitamente!!!
     Beijinhossss!!! E até a próxima!!!

Vanessa Martinhago Borges Fernandes
Enfermeira e Mamãe

"As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; Novas são cada manhã; grande é a tua fidelidade."
(Bíblia Sagrada - Lm 3:22-23)