08/09/2013

Os riscos de alimentar um bebê com leite artificial.





Olá leitores do blog enfermãe!!!

Pra começar a semana vamos falar um pouquinho sobre os leites artificiais.

Tenho conversado com muitas mães de bebezinhos que por diversos motivos têm desistido de amamentar seus filhos e estão substituindo por leites artificiais (ex: nan, nestogeno,...). Então resolvi trazer esse assunto para ser refletido...



Já quero adiantar para vocês, antes que alguém ache que sou radical ou moralista, que não sou totalmente contra o leite artificial, mas apesar de acreditar piamente que o leite materno é o melhor sempre, sei que em algumas situações em que não é possível o aleitamento materno exista a indicação do leite artificial, por um médico pediatra de preferência e não por conta própria. E também sou contra os pediatras que prescrevem as fórmulas infantis sem que as crianças necessitem verdadeiramente ou às vezes por desistência da amamentação das mamães sem pelo menos uma orientação e aconselhamento prévio.

A Organização Mundial de Saúde recomenda "a amamentação exclusiva durante os seis primeiros meses de vida, e a partir dessa idade, introdução de alimentos locais e ricos em nutrientes como complementação e a manutenção da amamentação até dois anos de idade ou mais” (RESOLUÇÃO 54.2, 2001, OMS).



No que diz respeito à alimentação com leite artificial, podemos distinguir quatro tipos de riscos: para a criança, para a mãe, para o ambiente e para a sociedade.

Na criança está aumentado o risco, entre outros, de mortalidade, gastroenterite aguda, otite, infecção respiratória baixa, asma, doença celíaca, diabetes mellitus tipo 1 e tipo 2, doenças inflamatórias do intestino, leucemias agudas e linfomas, obesidade, hipertensão arterial e colesterol, morte súbita do lactente e má-oclusão dentária.

Na mãe está aumentado, entre outros, o risco de câncer da mama, câncer do ovário, obesidade, infarto agudo do miocárdio, diabetes mellitus tipo 2, depressão pós-parto, doença da vesícula biliar e osteoporose.

Para o ambiente, alimentar com leite artificial aumenta o consumo de recursos que começam a escassear, e a acumulação de lixo não-biodegradável.

Para a sociedade, há repercussões nos orçamento familiar e do estado, além de consequências relacionadas com a alteração da vinculação mãe-bebê.

Enfim, quando não se pratica a amamentação exclusiva, as fórmulas infantis costumam ser usadas; e, o Código Internacional de Substitutos do Leite Materno, da Organização Mundial da Saúde exige que os pais recebam informações completas sobre os riscos à saúde que decorrem do uso desnecessário e inadequado da fórmula para bebês.

Entretanto, quando há a necessidade de introdução de fórmulas lácteas (ex.: ganho insuficiente de peso, problemas maternoinfantis, etc), os pais devem ser orientados a como realizar esta complementação da forma mais adequada possível.



O leite materno sempre deve ser a primeira opção de alimentação para a criança desde seu nascimento até os 2 anos, sendo que nos primeiros 6 meses o ideal seria que este fosse o único alimento oferecido (sem ser necessário a oferta de água e/ou chás).

O leite materno oferece, na sua composição, todos os nutrientes necessários para um crescimento e desenvolvimento adequado da criança. Quando houver alguma dificuldade de amamentar, deve-se revisar com a mãe: o posicionamento da criança na hora da amamentação, pois uma pega inadequada pode dificultar a saída do leite; o local escolhido para a amamentação, pois um local tranqüilo e agradável deixa a mãe mais à vontade para amamentar; o esgotamento/esvaziamento das mamas nos intervalos das mamadas, pois se as mama estiverem muito cheias pode causar desconforto.

Após essas questões serem revisadas, se houver um real impedimento de amamentar, pode-se introduzir uma fórmula láctea, desde que seja específica para a idade da criança. O aleitamento materno, mesmo que em pequenas quantidades, deve ser mantido, quando possível.

Embora seja necessário o uso dessas fórmulas em algumas situações, vale ressaltar que estas não oferecem o efeito protetor do leite materno (obtido através das imunoglobulinas). As fórmulas são parecidas com a composição nutricional do leite materno, porém não conseguem reproduzir as distintas etapas da produção do leite materno (colostro, leite anterior e leite posterior).

Quando a criança estiver usando algum desses leites artificiais é recomendada a oferta apenas de água nos intervalos, até os 6 meses. Após os 6 meses de vida, deve-se trocar de leite (usar outro leite de transição indicado para crianças maiores de 6 meses, como, por exemplo, NAN 2 PRO e Nestogeno 2) e iniciar a introdução da alimentação complementar (frutas, verduras, cereais, leguminosas, ou seja, a alimentação da família em consistência pastosa).




Vale lembrar que o leite de vaca não é adequado para substituir o leite materno, durante o primeiro ano de vida da criança.

É isso aí pessoal!!! Beijinhos e até a próxima...




Bibliografia selecionada:

- KING, F. SAVAGE. Como ajudar as mães a amamentar. Brasília: Ministério da Saúde, 2001.

- PINA, M.; VOLPATO, C. Riscos da alimentação com leite artificial. Revista Portuguesa de Clínica Geral. Lisboa: maio-jun: 2009, v. 3, n. 25.

- STERKEN, E. Riscos de se alimentar um bebê com fórmulas – Uma bibliografia resumida, com notas e comentários. IBFAN Brasil: maio 2006.

- Nestlé Nutrition. Produtos para Nutrição Infantil. Linha Pediátrica.

- Site Organização Mundial da Saúde: www.oms.org


fonte: http://blog.telessaudebrasil.org.br/?cat=26




"Não endureçais agora a vossa cerviz, como vossos pais; dai a mão ao Senhor, e vinde ao seu santuário que ele santificou para sempre, e servi ao Senhor vosso Deus, para que o ardor da sua ira se desvie de vós." 2 Crônicas 30:8